Numa cidade com tantos problemas de transporte público, segurança, saúde e educação, é inaceitável que Cícero Lucena e Leo Bezerra queiram gastar mais de 200 MILHÕES DE REAIS num projeto que não vai trazer nenhum benefício para nossa cidade, ao contrário, destruirá nossa orla nacionalmente reconhecida pela sua beleza. Precisamos mostrar que o pessoense não quer esse absurdo!


Pressione



Quem nunca foi dar aquela caminhada na calçadinha e parou para admirar a vista? Ou ainda, compartilhou o famoso post sobre termos a orla mais bonita do país? Mas, infelizmente, essa realidade está ameaçada e corremos o risco de não poder mais ostentar esse título, se não agirmos agora.

Cícero Lucena anunciou que pretende iniciar as obras de alargamento da faixa de areia da nossa orla ainda esse ano. Sim, ele quer cometer o mesmo erro que gestores cometeram lá em Balneário Camboriú. E para isso, ele e Léo Bezerra (nosso vice-prefeito) estão dispostos a retirar dos cofres públicos mais de 200 MILHÕES DE REAIS que poderiam estar sendo utilizados para resolver problemas reais que enfrentamos na nossa cidade, como a péssima qualidade dos transportes públicos, a falta de materiais e atendimento nos postos de saúde, a falta de creches entre tantos outros.

Mais uma vez, Cícero Lucena e Léo Bezerra tomam decisões de grande impacto para todos nós sem consultar a população e sem resolver de fato os problemas existentes. Além disso, numa manobra arbitrária, a Prefeitura tenta validar um suposto “Plano de Ação Climática" que na verdade abre brechas para a realização dessas intervenções absurdas que danificam nosso meio ambiente, nossas belezas, nossa identidade e nossa qualidade de vida.

Por isso, precisamos deixar claro que nós, pessoenses que amam esta cidade, não permitiremos tamanho gasto público desnecessário e ineficaz. A repercussão já não foi boa para a prefeitura de João Pessoa e agora temos a chance de pressionar para que Cícero Lucena e Léo Bezerra desistam desse projeto e assumam publicamente seu posicionamento antes do dia 28 de fevereiro, prazo final para validação do Plano de Ação Climática.




CUSTO

O secretário de infraestrutura da cidade, Rubens Falcão, afirmou que a obra estava avaliada em R$ 200 milhões de reais. Este gasto inicial é inadmissível, sobretudo quando paramos para ver tantos problemas reais que a nossa cidade enfrenta e que poderiam receber esse investimento. Além disso, é importante destacar que este tipo de obra também possui um gasto com manutenção altíssimo.




INEFICÁCIA

Especialistas mostraram preocupação com essa ideia pois, segundo eles, é um projeto que não soluciona a erosão das nossas falésias e com a elevação do nível do mar, essa obra seria inútil. Ademais, cada praia tem uma necessidade específica, aplicar a mesma “solução” para diferentes problemas só demonstra a incapacidade da Prefeitura em pensar projetos eficientes.





DESTRUIÇÃO DO
MEIO AMBIENTE

Exemplos como o de Balneário Camboriú nos mostram que o alargamento da faixa de areia traz danos desastrosos para o meio ambiente, tais como: possibilidade de aparecimento de tubarões; destruição da vida marinha tanto da parte que a areia vai ser retirada quanto da parte onde receberá a areia; possibilidade de trazer à tona poluentes depositados no fundo do mar, uma vez que a dragagem acaba disponibilizando novamente substâncias como fósforo e nitrogênio, que podem induzir a floração de algas tóxicas.





DESTRUIÇÃO DO
PATRIMÔNIO PAISAGÍSTICO

Com o alargamento da faixa de areia, a Prefeitura pode “burlar” a Constituição Estadual e a lei orgânica de João Pessoa que proíbe prédios acima de 4 pavimentos na orla já que a contagem passa a ser de um novo ponto referencial. Nesse sentido, teríamos a possibilidade de grandes prédios à beira-mar, como ocorre em Boa Viagem, por exemplo, o que prejudicaria a ventilação da nossa cidade e estragaria a beleza paisagística que podemos desfrutar em nossa cidade.

O QUE OS ESPECIALISTAS NOS CONTAM?




SAULO VITAL
Geociência, UFPB

Para o professor, não tem sentido promover qualquer alargamento de praia antes de resolver problemas mais básicos existentes nas áreas em questão. “Realizar a engorda de praia é como tentar parar uma hemorragia interna por fora”, compara.

ANDREA PORTO-SALES
Geografia, UFPB
(@pedagogiaurbanabr)

"Um plano de ação exige a definição de uma governaça que envolva tomadores de decisão do estado, da região metropolitana e gestores municipais com participação ativa e abrangente da sociedade civil. Isso não está contemplado nesse plano, além de não ter convergência com as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) do Brasil no acordo de Paris.

ALICE PIVA
Urbanista e representante da Greve Pelo Clima (@fridaysforfuturebrasil)

"Precisamos mitigar a erosão da falésia do Cabo Branco, mas de forma atenta aos riscos desse projeto e as necessidades do nosso tempo de crise ecológica em escala planetária. Não podemos aceitar que sejam feitas obras de engenharia pesada, não resilientes e danosas aos ecossistemas locais."

JA DEU ERRADO EM OUTROS LUGARES




Fonte





Fonte

O QUE PODERIA SER FEITO NO LUGAR DO ALARGAMENTO PARA PROTEGER NOSSAS FALÉSIAS?

Apontamentos feito pelo Zoólogo e PhD em Biologia, Gentil Filho (@gentil_filho)
RETIRADA DA IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO

Um dos primeiros pontos a serem feito seria a retirada da impermeabilização do solo (retirada do asfalto), uma drenagem adequada e o consequente reflorestamento do topo da falésia. Estas medidas ajudariam bastante, pois atuariam na diminuição do processo natural de erosão. Tornar o topo da falésia o mais natural possível é fundamental.
INVESTIR NA SAÚDE DOS BANCOS DE CORAIS E NO SANEAMENTO DAS GALERIAS PLUVIAIS

Investir na saúde dos bancos de corais seria uma ação mais barata e eficaz contra o avanço da erosão, isto porque não existe melhor quebra mar ou melhor sistema de drenagem do que os bancos de corais da área. Outra medida que poderia ser tomada é todo o saneamento das galerias pluviais que desaguam na praia do Cabo Branco e que conta, infelizmente, com ligações clandestinas de esgoto.
TRANSFORMAÇÃO DA ÁREA EM UM GEOPARQUE

Ideia defendida pelo professor Saulo Vital, a tranformação de um geoparque potencializaria o privilégio que temos de ter em nossa cidade uma falésia viva em sua área urbana, local paisagisticamente lindo e de alta relevância biológica. Poderia se criar um circuito turístico integrado, onde o turista iria visitar a falésia, conhecer sua história e origem geológica, além do ecossistema marinho agregado, tudo no mesmo local e podendo ser integrado aos restaurantes e a visitação das piscinas do seixas. Podemos impulsionar a economia e o turismo sem agredir o meio ambiente.
POR QUE ENTRAMOS NESSA?

A Minha Jampa é uma rede de ação que fomenta a participação popular nas tomadas de decisão públicas, visando construir uma João Pessoa mais democrática, menos desigual e ambientalmente sustentável. Em razão disso, não poderíamos nos omitir diante desse projeto danoso, que trará tantos problemas para a cidade. Entendemos que um projeto desse tamanho não pode ser pensado sem diálogo com a sociedade e sem que o povo entenda o que está em jogo, antes da decisão de se aprovar ou não. Além disso, é uma obra que degradará nosso meio ambiente, seja no extermínio da vida marinha do nosso litoral, seja possibilitando construções que prejudiquem a ventilação de uma cidade que já é muito quente. Por fim, mas não menos importante, entendemos que o uso do dinheiro público deve ser investido para resolver problemas reais da população, não criando novos problemas. Por isso, entramos nessa para barrar esse projeto absurdo e cobrar que a Prefeitura, na pessoa de Cícero Lucena e Léo Bezerra, trabalhe a favor dos interesses coletivos e não contra a sociedade pessoense.